01/08/2012

ELEFANTE



O ar de tua carne, ar escuro
anoitece pedra e  vento.
Corre o enorme dentro de teu corpo
o ar externo
de céus atropelados. O firmamento,
incêndio de pilastras,
não está fora - rui por dentro.
Reverbera no escudo o brilho baço
do túrgido ariéte
com que distância e tempo enfureces.

Teu pisar macio, dançarino,
enobrece os ventres frios,
femininos.

A tua volta tudo canta.
Tudo desconhece.

Francisco Alvim
In Elefante
tela Lauri Blank

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