03/11/2012

MOTIM



Estou de saída
e que ninguém me siga.
Quero falar sozinha,
chutar a sombra,
cuspir no prato.
Rasgar a censura,
perverter a seita,
maldizer o gato.
Reduzir a etiqueta a pedacinhos,
desembarcar onde o lugar é descaminho,
esquecer o bicho de extinção.
Sem pedir permissão
quero ficar comigo
e, se for preciso, me ponho de castigo.

Flora Figueiredo
In Chão de Vento
tela Andrius Kovalinas

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