Olhos que se espreitam
bocas que se tragam
elances pro voo
perpassam o pasmo
da malha ferida
na teia abraçada
Nas lides do amor sondo e abrigo
O segredo perdido do meu ser
soaram fanfarras
secretas miragens
tacteiam razão
Nas lides do amor sondo e abrigo
mas cerram os olhos
cansados de assombro
as bocas floriram
o ventre das bocas
O segredo perdido do meu ser
Que se revela quanto mais me escondo
trepidam tambores
castelos tombaram
à luz dos archotes
que estrelas vermelham
esfolhadas na noite
O segredo perdido do meu ser
crispadas mãos roucas
sem nexo flutuam
enlaçam deslaces
há unhas e dedos
Que se revela quanto mais me escondo
No ser que me define a própria lide
porque buscas longe
se tens em ti
porque tenho longe
o que busco em mim
Nas lides do amor sondo e abrigo
O segredo perdido do meu ser
Que se revela quanto mais me escondo
No ser que me define a própria lide.
Helder Macedo
In Viagem de Inverno e Outros Poemas
tela Ognian Kouzmanov
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