04/08/2013

II



TU...
 
Quando alguém me pergunta, por ventura,
Quem me faz de outros tempos diferente,
Pensas tu que teu nome se murmura,
Que o exponho à ânsia voraz de toda gente?
 
Não; digo apenas o seguinte: é pura,
Casta, simples, e meiga: é uma dolente,
Cauta rôla de tímida candura,
Flor que menos se vê do que se sente.
 
Mimo de graças e de singeleza:
Clara estrela arrancada a um céu profundo:
Doce apoteose da Delicadeza...
 
Nesse ponto, de súbito, me calo;
E sem dizer teu nome, todo mundo
Fica logo sabendo de quem falo!
 
Humberto de Campos
In Coração 
tela Valery Kot

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