Joguemos fora os nossos corpos
que se tornaram licenciosos.
Fiquemos só com as nossas almas,
entes abstratos e radiosos.
Guardemos apenas o eterno
que tudo o mais é escória efêmera.
Aspiremos ao absoluto.
Quanto ao resto, não vale a pena.
Os corpos que amam e desamam
e se enroscam, flexuosamente,
no branco universo das camas,
são os embrulhos sucessivos
de nossas almas exigentes
que só aceitam o Paraiso.
Lêdo Ivo
In O Sinal Semafórico
arte Gina Deininger
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