Não bendigas a noite, sobretudo a noite
De amor
Que salta do jantar nos arredores
Para acabar de corrida no sofá tristonho
Cujas molas quebradas
São a música possível para os gestos teatrais
Dos nossos corpos
Não bendigas a noite,
Pede apenas aos deuses um lugar mais macio
De palavras
Uns olhos mais verdadeiros
Um texto original que ninguém saiba de cor.
Não bendigas o amor
Pede sobretudo outras deixas
Mas tão inesperadas
Nesta noite
Que só o silêncio saiba responder.
Armando Silva Carvalho
In Armas Brancas e Outros Poemas
tela Willem Haenraets
Nenhum comentário:
Postar um comentário