23/02/2014

ÁRVORES CRESCEM COM O VENTO




Segunda-feira flagrei a eternidade
na esquina abandonada ao vento.
Vinha silenciosa acima das tumbas,
rente aos ciprestes e altares.
 
A que lava louça no quintal
imaginou ter sido raptada
pela sombra azul da eternidade.
Árvores crescem com o vento,
 
vento que nada sabe de pictogramas
impressos em tabuinhas de argila.
A que se banha na ribeira
 
sonha que sobe ao espaço sideral,
ou descansa se escuta sinos
que a despertam do sono de não ser.
 
Fernando José Karl
In Brisa em Bizâncio
Imagem Monet

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