14/06/2014

DEIXEMOS O AMOR LIVRE COMO A ONDA




                            Ao amor, no seu perseverante deambular
por curvas não equacionáveis,
não devemos obrigá-lo a acomodar-se,
para que, no seu mar nem sempre chão,
possa emitir o seu lamento ou a sua exaltação.

Deixemos o amor livre como a onda
que, ao inútil e utópico propósito de ser colhida,
prossegue, impávida, a sua equação
na lealdade ao ignorado fulcro que a gerou,
resistindo, até, às falaciosas voltas que o vento inventa.

Seja o nosso amor, então, o epicentro da emoção
sem se apartar da razão inexplicável de si próprio
e desfrute das chamas que o seu fogo incita e alimenta
na sua combustão interminável,
porque é nuclear e não vem de um sol que arrefeça.
 
 
Nilson Barcelli
arte Vicente Romero
 

Um comentário:

Nilson Barcelli disse...

Só agora vi que me "roubaste" o poema.
Obrigado pelo destaque.
E podes roubar todos os que te apeteça...
Beijo, querida Dione Cristina.