16/06/2014

DESPEDIDA




Se tiver que ir,
vai.
O que fica para trás,
não sendo mentira,
não racha,
nem rompe,
não cai.
Ninguém tira.
Já que vai,
segue se depurando pelo trajeto,
para desembarcar passado a limpo,
sem máscara,
sem nada,
sem nenhum desafeto.
Quando chegar,
sobe ao ponto mais alto do lugar
 onde a encosta do mundo
faz a curva mais pendente.
E então acena.
De onde eu estiver, quero enxergar
esse momento em que você vai constatar
que a vida vale grandemente  a pena
 
Flora Figueiredo
In Amor a Céu Aberto
arte Oleg Tchoubakov

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