
O QUINTO ELEMENTO
A poesia não precisa das mãos do poeta,
não precisa dos tons azuis das aquarelas.
A poesia precisa do olhar da natureza
e dos pincéis beijando a saliva do pintor.
A poesia tem coisa de coisas estranhas:
pigmentos de luas, caminhos, sombras
e boninas nos canteiros perdidos no tempo.
A poesia tem o encanto do solstício,
as pelejas de uns cantos serenos
e pequenos detalhes que saltam ao vento.
Poesia é a luz de um lago para peixes,
uma fila de formigas cortadeiras,
riachos e cachoeiras que não explicam
o significado e as canções das coisas.
A poesia é o quinto elemento.
Mistério que envolve galáxias e planta
palavras e sonhos no peito dos poetas.
© Nathan de Castro
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