09/11/2008


By Albert Bierstadt » Scene in Yosemite Valley

PARA SEMPRE

Ando bem devagar. Em silêncio.
Como quem resguarda uma luz frágil em noite de tempestade.
Quero evitar a fuga da poesia que, mal acordou em mim,
se dispersa nos ventos da tarde.

Estou só, mas teus olhos, presentes nos meus, não se calam.
Ágüem que espia espantado terá ouvido o teu riso?
Caminharei ainda mais lento para que o teu rosto
não se fragmente em minhas mãos.
Vigiarei as pupilas para que a tua imagem não fuja.

Dorme dentro de mim.
Só quero as coisas para sempre. Dorme.

Odylo Costa Filho

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