Foto de Lexy Rocke
SOLIDÃO
Detrás da parede de vidro
vozes
olhares
errâncias.
Bocas pisciformes
soltam bolhas de som
que se cruzam e rebentam
ao burilarem sentidos.
Olhos cúpidos
ou agrestes
rasgam abismos perenes
onde a alma
não consegue caminhar.
Redemoinhos sem norte
transportam nas suas garras
corpos hirtos ou curvados
que se tocam, lado a lado,
e se ignoram
no perpetuo voltear.
É assim, assim será.
Quebrar a parede, para quê?
Maria Isabel Sampaio
In Do outro lado e Aqui
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