10/08/2009


Foto de Márcia_Marto...

RITOS QUE as Horas Calmas
Ao entardecer
Fazem com as almas
Sem se conhecer...
E que em voos de ânsias
Põem espirituais distâncias
Entre olhar e ver.

Turíbulos que a Tarde
Oscila no ar
Donde a névoa arde
Cor desde cansar...
Arco dos balanceados
Turíbulos os raios do sol fechados
Na destreza do ar

Fim de missas no Poente
Bênçãos ainda são
Luz branca e cinza entre
Terra e coração
Saem os fiéis p'la aberta
Porta da paisagem que se deserta...
...Sinos sem perdão...

Fernando Pessoa
(27.03.1914)
In Poesia 1902/1917

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