30/09/2009


by Sue Kennedy

VENDAVAL

As folhas mortas,
Pelo ar perdidas,
Arrancadas pelo vendaval,
Das formas esqueléticas de árvores sem vida,
Caem nas alamedas tristes.

São como ilusões de nossas vidas,
Que alimentamos com a seiva
De um amor grande e puro,
Retido no tronco rígido de peroba antiga.

E o vendaval de nosso outono
Chega sem aviso
E, julgando-nos jovens, cheios de vida,
Arranca de nossos corações
A alma embevecida,
Atirando ao ar em rodopios,
Espalhando pelas alamedas frias,
As últimas ilusões de nossas vidas,
Como folhas mortas perdidas.

Lindolpho Prado
In Em Setembro...Outra Vez

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