17/01/2010


À la plage by Bénélux Press

TRAJETO

Onde existir o humano,
irão meus ossos.
Insígnias não pretendo
por servir ou abdicar.
Vivo o que não desvendo
mas sou de muito amar.

Onde existir o humano,
irão meus vínculos.
Posso o que não compreendo
e por isso estou vivo.
Crescendo nos remendos
mas nunca absorvido.

Onde existir o humano
aí vão meus parentes
e todos os pertences.
Eu disposto a perdê-los
e a perder-me comigo.

Onde existir o humano,
irão meus ossos
e os últimos anos,
o que fui e prossigo.

Onde existir o humano,
irá meu reino vivo.

Carlos Nejar
In Casa dos Arreios

Um comentário:

Fernando Campanella disse...

Lindo o poema do Nejar, Dione. Linda foto tb. Ah, adorei a foto do quadro de São Jorge matando o dragão, maravilhoso, esqueci de dizer. Bjos.