06/02/2010


Foto de Camile_Q no Flickr

XXXVIII

Bendito seja o mesmo sol de outras terras
Que faz meus irmãos todos os homens
Porque todos os homens, um momento
[ no dia, o olham como eu.
E nesse puro momento
Todo limpo e sensível
Regressam lacrimosamente
E com um suspíro que mal sentem
Ao Homem verdadeiro e primitivo
Que via o Sol nascer e ainda o não adorava.
Porque isso é natural mais natural
Que adorar o ouro e Deus
E arte e a moral...

Fernando Pessoa
In Poemas de Alberto Caeiro

2 comentários:

Sonia Schmorantz disse...

"É a possibilidade que me faz continuar e não a certeza. Uma espécie de aposta da minha parte. E embora me possam chamar sonhador, louco ou qualquer outra coisa, acredito que com Deus tudo é possível..."
Um lindo domingo e ótima semana!
abraços

Fernando Campanella disse...

Há um momento em que as diferenças se apagam, e somos um, com a perplexidade, o encanto, a maravilha de sermos criaturas entre criaturas, sob o incógnito, um invisível criador.
Belíssimo poema do Pessoa.
Bjos.