Alma irmã de minha alma, espelho vivo
de outro espelho fiel que te retrata,
alma de luz serena e intemerata,
cujo influxo de amor me tem cativo!
Bem sinto que em mim vives e em ti vivo;
e no entanto (e eis o desgosto que me mata!)
do amor a doce vaga me arrebata,
e não posso atingir teu vulto esquivo.
O mesmo curso têm nossos destinos:
do gozo o mel, da dor os desatinos
a um nada inspiram, sem que o outro inspirem.
Mas, triste sorte! ó bela entre as mais belas!
elas são como duas paralelas;
- Próximas correm, sem jamais se unirem!...
Augusto de Lima
In Poesias Consagradas Vol.4
Nenhum comentário:
Postar um comentário