20/06/2010

DESCREVE UM HORROROSO DIA DE TROVÕES























Na confusão do mais horrendo dia,
painel da noite em tempestade brava,
o fogo com o ar se embaraçava,
da terra e água o ser se confundia.

Bramava o mar, o vento embravecia,
em noite o dia enfim se equivocava,
e com estrondo horrível, que assombrava,
a terra se abalava e estremecia.

Lá desde o alto aos côncavos rochedos,
cá desde o centro aos altos obeliscos
houve temor nas nuvens, e penedos.

Pois dava o Céu ameaçando riscos
com assombros, com pasmos e com medos,
relâmpagos, trovões,raios,coriscos.

Gregório de Matos
 Tela :The Tempest c.1762 by Claude Joseph Vernet

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