18/07/2010

DE VELAS DESFRALDADAS























De velas desfraldadas, no silêncio,
e ao vento,
o barco vai singrando lentamente as águas,
para chegar à terra...

Mas bandos de andorinhas atravessam
o céu e o mar...
Ó estrelas, estrelas imortais,
por que não ides atrás delas,
seguindo o seu caminho?

Por que entristeço
se as ondas morrem
e outras aparecem,
rolando entre espumas?
Por que a queda das flores
e das folhas me dói?

Ó nuvens, nuvens,
acaso vós sabeis
por que viveis interminavelmente
e só os homens morrem?

Sempre, sempre no céu,
seguimos um caminho,
tal como o sol e a lua,
que giram no universo.
Uma crença infinita
a triste humanidade ingênuamente
agita e anima.

Nosso destino é como as névoas.

Alhures,
existe a felicidade,
e todos correm para alcançá-la,
porém ninguém a encontra.


Mihail Eminesco
In Antologia da Poesia Romena
Tela by Francis Swaine

Nenhum comentário: