30/11/2010

PRINCÍPIO



não escrevo
para catar as horas
na máquina de
escrever

escrevo para catar
meus fantasmas
e esculpir
meus anjos

o nosso tempo
- o que der e vier
na estrada,
tudo o que couber
num sonho

nem que seja
uma letra,
uma palavra suja de tinta,
um verso sem cor

pode ser sem rima (e sem solução),
mas um verso passageiro ou veloz,
que não apenas enfeite
o branco,
mas reaja em
solução


Carlos Damião
In A Palavra Imediata
tela de Franz Dvorak

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