07/12/2010
ENQUANTO MORREM AS ROSAS...
Morre a tarde. Erra no ar a divina fragrância.
Fora, a mortiça luz dos crepúsculos arde.
Nas árvores, no oceano e no azul da distância
Morre a tarde...
Morrem as rosas. Minhas pálpebras se molham
No pranto das desesperanças dolorosas.
Sobre a mesa, pétala a pétala, se esfolham,
Morrem as rosas...
Morre o teu sonho? ...Nesse instante o pensamento
Acabrunha o meu ser como um pesar medonho.
Ah, por que temo assim? Dize: neste momento
Morre o teu sonho?...
Manuel Bandeira
In A Cinza das Horas
tela de Assaf Frank
Assinar:
Postar comentários (Atom)
Nenhum comentário:
Postar um comentário