26/12/2010
SONETO 20
Unidos como o sumo e a uva ao ramo
o caminho da areia ao vento brusco,
como no espelho a imagem que derramo
e o nacarado à concha do molusco.
Unida assim a rapidez ao gamo,
a distorção do prisma ao lusco-fusco,
a escala vocativa quando chamo
o sonho no impossível que rebusco.
Como semente à espiga, como a história
crescida chama em resignadas tochas,
corcel de estrias cavalgando rochas,
um dia foste mar, eu fui salina,
por seres homem eu nasci menina,
enquanto fores luz, serei memória.
Maria José Giglio
in Os Mais Belos Sonetos que o Amor Inspirou
J.G . de Araujo Jorge - 1a ed. 1963
foto de Eduardo Amorim
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