11/12/2010
A VERDADE
Do sono suave das coisas amenas,
Da calma refrescante das almas serenas,
Resplandecente e bela,
A verdade emerge nua,
Tão brilhante à luz do sol como à da lua.
Roupagens por vezes lhe são impostas,
Interesses, conveniências, apostas
Pretendem-na oculta, a querem
De rendas, sedas finas guarnecê-la,
Com mantos sumptuosos, redes doiradas tolhê-la.
Infalível, firme, inquebrantável,
Nada teme, é força imutável,
Paciente, tranquila porque certa,
Sua transparência de cristal
Vem ao de cima, sempre igual.
Verdade é som puro e fino,
Nota clara e vibrante de violino,
Harmonia, equilíbrio, inocência,
Olhar profundo e límpido de criança,
Relação Deus-homem, aliança.
Maria da Conceição Oliveira Caldeira
In Estrada Fora - Funchal, 1986
foto de Thelma Gatuzzo no Flickr
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