25/04/2011

ATO DE IMITAÇÃO























Quando a lua no céu, alvíssima e vagante,
ostentava-se assim tão lúcida, orgulhosa,
dos ares a rainha altiva, majestosa,
deslumbrando astros mil com seu brilho ofuscante;

Morria o astro-rei na serra, agonizante,
e a tarde o sucedia em languidez morosa,
ao crepúsculo, a lua toda cor-de-rosa,
beijava-o, a luzir, amorosa e ofegante...

Num campanário, além, do sino a voz se ouvia,
longe de tudo, ali, nós, únicos amantes,
traíamos enfim no olhar nossos desejos.

E deles, a seguir o exemplo com alegria,
nossas almas, a sós, quais pombos delirantes,
arrulhavam febris em comunhão de beijos.

Francisco Giffoni Filho
In As Sete Cores do íris
foto por Heaven`s Gate (John)  

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