Pedi ao tempo
que parasse um momento
de frente para o mar.
Que tirasse o tênis,
a camiseta suada,
que respirasse fundo
apenas o segundo suficiente
pra se poder sonhar.
Mas o tempo é inclemente.
Insiste em correr
arrastando a hora,
que leva na coleira
como bichinho de estimação.
Parece brincadeira!
Há tantos estamos assim,
que já não sei agora
se sou eu que corro atrás do tempo,
ou se é o tempo que corre atrás de mim.
Flora Figueiredo
In O trem que traz a noite
tela de Kimmo Lang
Um comentário:
Que lindo Dione! A imagem é um show a parte!
Essa sensação de estarmos correndo atrás do tempo, a incerteza, esse minuto - ou segundo - que faria toda a diferença... aquela diferença...
Os "se´s" os "por que´s" os "talvez"
Bjs, adorei!
Postar um comentário