15/09/2011

MÃOS



 
As mãos que tratam o gado,
apanham nuvens nas noites de chuva
e enfrentam tormentas nas horas de solidão.
Sagrada são as mãos do pastor,
do laçador que boleia o laço 
e movimenta rebanhos por campos de trigo.
Sempre haverá mãos
prontas para o abraço dos desesperados
ou para evocar a fuga de leões marinhos.
Mãos que buscam anjos,
atraem sonhos de jovens cortesãs
no largo leito de núpcias.
Mãos que levam naves  pelo espaço,
que trazem estrelas
e as espalham  nos lagos e cisternas.
Mãos que apenas querem,
desvendar vias  por praias desertas,
pondo o mar no caminho das ondas.
Maior que nossos sonhos, 
todos os dias sentimos o rosto
preso entre as mãos,
Sentimos o corpo queimar,
arder em busca do sol,
onde repousam nossas mãos.
Onévio A.Zabot
In Jornal da Poesia

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