09/09/2011

SONETO DA PAIXÃO


Todos os meus caminhos se derramam
nas fragas deste amor e me confinam
nesta ternura fera encovilada
em onde era um pulsar de apenas vida

e agora é furacão sobre palmeiras,
não de quanto sabiava a minha infância
- porém de um outro lindo, uma vertigem
voluntária do sol e da loucura.

Oh este amor, todas as graças, todos
os látegos, o corpo não suporta
tanto, mas fujo à queixa e sou imenso

e sou muito e bonito nesta chama.
Tenho pena das pedras, das areias
e do esplendor de Deus na Sua glória.

Ruy Espinheira Filho
In A Janela no espaço

Nenhum comentário: