27/11/2011

MATURIDADE


Maturidade, sinto-te na polpa
dos dedos: abundante e macia.
Saturada de sábias
doce-amargas amêndoas.

És o tálamo para a morte,
o velame no porto.

Sob teu musgo, a pedra.
O silêncio em teu seio é prata
a sofrer o lavor
minucioso do tempo.

À tua sombra de pomar
ressoam passos de eterno
entre folhas: do eterno.

Ó pesadelo momento,
ó bojo cálido!

Henriqueta Lisboa
In Miradouro e Outros Poemas

Nenhum comentário: