27/11/2011

ROSA PRÍNCIPE-NEGRO


Rosa Príncipe Negro, sepultada
nos tempos. De que mundo
ressurges
- ônix,ébano e púrpura? 

Que anjos de moura estirpe reguardaram
tuas formas no escuro?
Que Saara adensou
tua seiva?
Que coluna susteve
teu longo talhe débil contra os ventos,
para que teu resplendor de súmula
fosse - ancestral - de treva ao sol?

Vens de alquimias sábias, de raros
processos, de lutulência e rubis.
Entre duas tangentes, desespero
e êxtase, assomas.
Com teus veludos
à soleira da morte.

Decantou-te não sei que oráculo.
Da quinta-essência
para o breve declínio.

Henriqueta Lisboa
In Miradouro e Outros Poemas 

Nenhum comentário: