21/11/2011

SUBIDA


Quando o dia acorda atravessado,
escalo uma montanha.
É meu próprio caminho em direção ao sol.
Mochila nas costas, carrego o principal;
não levo nem perguntas, nem respostas.
Ponho um ramo de sonhos
que vou plantando pelo caminho,
a flauta encantada
pra seduzir passarinho,
a estrela companheira
que brilha o tempo inteiro
e mantém a trilha luminosa;
um frasco de água benta,
uma reza certeira;
um arco-iris à prova de nada.
Devagarzinho, sem pressionar o tempo,
chego ao meu destino.
Respiro fundo, abro os braços,
canto um hino de sagração ao mundo
- e agradeço -
por ter descoberto de repente
por onde se começa o recomeço.

Flora Figueiredo
In O Trem que Traz a Noite

Um comentário:

Edna disse...

Amiga, não nos conhecemos pessoalmente, mas ao acaso, encontrei seu blog. Adorei!Parabéns,está muito rico e bonito.
Edna