29/12/2011

MÁSCARA


Houve um tempo de aurora
houve um tempo de lua.
Houve a seca e o orvalho.
Houve o vento violento
e a brisa da madrugada.
Hoje existe a Máscara.

Fruto opimo da terra,
sazonado, maduro,
transpirando através
da epiderme o suco
de sabor nem amargo
nem doce, apenas ácido,
da árvore pende a Máscara.

A um influxo da luz
sobre  o prisma composto
de numerosas faces,
o segredo profícuo
surge à tona e devassa
a sua própria Máscara.

Henriqueta Lisboa
In Miradouro e Outros Poemas 
tela John Birch 

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