Outros há que podam o amor
como se tempo tal fosse de fixa estação
vai amiga, até a beira do chão,
a noite se crispa no cerne
O rosto não deve ser outro nem outro
porque o anjo vem quando não se espera ainda
Esquece a memória bem perto dos longes
para não se talhar teu quinhão de ternura
vai amiga, até a beira do rio
onde os barcos florescem em todas as estações
No balaio desfiado recolhe um pedaço do céu
e que o grito dentro do grito aflore
e seja grito dentro de ti.
Ouve esta ausência de ausência:
é a lavra do anjo.
Lindolf Bell
In Os Ciclos
tela Edward Cucuel
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