09/01/2012

***



Outros há que podam o amor
como se tempo tal fosse de fixa estação

vai amiga, até a beira do chão,
a noite se crispa no cerne
O rosto não deve ser outro nem outro
porque o anjo vem quando não se espera ainda
Esquece a memória bem perto dos longes
para não se talhar teu quinhão de ternura

vai amiga, até a beira do rio
onde os barcos florescem em todas as estações
No balaio desfiado recolhe um pedaço do céu
e que o  grito dentro do grito aflore
e seja grito dentro de ti.

Ouve esta ausência de ausência:
é a lavra do anjo.

Lindolf Bell
In Os  Ciclos
tela Edward Cucuel

Nenhum comentário: