O coração do poeta tem bordas flácidas.
Ele derrama,vaza,descamba.
O coração do poeta tem a perna bamba.
Constituição frágil e congênita.
Não adianta querer vitaminá-lo,
pois seu tônus se refaz nos frêmitos
das chegadas e dos abandonos.
O melhor é deixar-se amar
e, se possível, não deixar de amá-lo.
Flora Figueiredo
In Amor a Céu Aberto
tela Camille Jacob Pissarro
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