04/01/2012

MELODIAS


Ternas melodias de longínquas plagas,
nas manhãs da vida fascinando a gente,
sois o desafio de revoltas vagas
pela alma ecoando como um som ausente.

Ternas melodias, de que mundo ignoto,
de que estranhas terras vindes me encontrar?
Sois a transparência que no sonho noto?
Sois a ressonância  do poema, no ar?

Ou vindes dos astros - de uma Sírius? Vênus?
De que firmamento, de que céus surgistes?
Quérulos gemidos de amarguras plenos
só podem ser ecos de meus sonhos tristes.

Essas melodias cheias de tristeza
são talvez saudades que em meu peito eu tinha;
são as confidências dessa natureza
de milhares de almas que possuo na minha

Essas melodias que a minh'alma douram ,
que a meus sonhos beijam com tamanho ardor,
essas melodias tão sonoras foram
de remotos tempos vibrações de amor.

Gilberto M. Teles
In Poemas Reunidos
tela Alfred Siefert (Czech, 1850-1901)

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