23/02/2012

POEMA DO SILÊNCIO



Silenciai, ventos da noite.
Os anjos tornam opacas
As lentes dos telescópios,
E pousam dedos de pluma
Na insônia dos homens e dos mares!
Silenciai, ventos da noite!
Há outras sinfonias
Chegando dos mundos perdidos
Para o ouvido verde dos campos
E para os nervos líquidos dos rios inquietos...
Silenciai, ventos da noite:
As folhas regressam aos galhos
E o pastor encontra seu rebanho de nuvens selvagens
vagueando no mistério dos vales azuis...
Silenciai, ventos da noite
Para que meu amor adormeça
Longe dos presságios e das tempestades,
Enquanto seu corpo de espuma se transforma em sonho
e desliza mansamente
Entre as lentes opacas e os anjos pensativos...

Paulo Bomfim
tela de Duy Huynh

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