Mergulho em seus olhos
um amor de inteira argúcia:
medo, desespero, arte-ofícios.
Mergulho em seus olhos
um mar de nomes inéditos:
cometas, algas, êxtase, suicídios.
Mergulho em seus olhos
uma língua afiada em riste:
verbos, substantivos, pronomes;
oceanos de silêncio e silício.
Mergulho em seus olhos
arcanjos de nuvens e neve:
retalhos, letras, sussurros;
restos avessos da inútil paixão.
Submerso em seus olhos,
desnudo e descubro seu corpo:
então, sua beleza me resgata
do pântano das sobras e sombras.
Jairo De Britto,
em "Dunas de Marfim"
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