Pássaros, que nos ramos
entoais vosso canto
pelo crestado bosque:
pássaros, aviai-vos!
Já vem o vento que sopra,
já vem a morte que ceifa,
já vem o cinério fantasma que gargalha
a enregelar-nos o coração
- e o jardim perde toda a sua pompa,
e a vida perde todo o seu fulgor.
Amados pássaros entre as folhagens,
irmãozinhos queridos,
permiti que cantemos e nos alegremos:
nós já vamos ser pó!
Hermann Hesse
In Andares
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