para Affonso Manta
São as árvores que sopram
este vento, este tempo,
clareando o meu
peito nevoento.
Um galo me amanhece
de outras manhãs:
vastas andorinhas,
carros de bois, romãs.
De sua nuvem, o amor
lentamente desce.
Garoa e não sentimos.
Mas umedece.
Ai gnomos,sanhaços,
capinzais, adeuses:
quem de mim poderá
apagar eu mesmo?
Ninguém. E nada. E nunca.
Na distância, os montes
me aquecem de seu azul.
O que respiro é ontem.
Ruy Espinheira Filho
In As Sombras Luminosas
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