Chorões da praia de Belas,
molhando as folhas do rio,
sois pescadores de estrelas
ao crepúsculo tardio.
O mais velhinho, já torto
ao peso de tantas mágoas,
lembra um pensamento absorto
debruçado sobre as águas.
Salgueiros trêmulos, belos,
meus camaradas tão bons,
diz o poeta, violoncelos
onde o vento acorda sons,
sois à beira da enseada,
um bando de poetas boemios,
e fitais na água espelhada
vossos companheiros gêmeos...
Mas, se alguma brisa agita
a copa descabelada,
ondula, salta, palpita
vossa imagem assustada...
Augusto Meyer
In Poesias
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