Ouve: alguém bateu na porta...
Janelas brilham no escuro.
Cada casa é uma estrelinha.
Cada estrela é uma família.
E o minuano, pobre-diabo
que não quer ficar no escuro,
bate, bate, empurra a porta,
praguejando como um doido:
- Pelo amor de Deus, eu quero
a esmola rubra do fogo!
Mas ninguém abre ao minuano.
que noite fria lá fora!
Cada casa é uma estrelinha.
Há mais estrelas na terra
do que no céu, Deus do céu!
Lá fora que noite fria!
E o minuano, pobre-diabo,
andando sempre, andarengo,
para enganar a miséria,
geme e dança pela rua,
e enquanto assovia - chora,
e enquanto chora - assovia...
Augusto Meyer
In Poesia
tela Leonid Afremov
Nenhum comentário:
Postar um comentário