06/06/2012

A TARDE



Por toda a tarde
uma canção de cigarra
persegue o verão.

Toda a tarde.
Canto chão.
Canto inútil.

O toque do tempo
da tarde nas janelas cegas
desta arquitetura indiferente.

A leste
a oeste
a geminação dos eixos
a geométria cidade
plantando espaços nos seus habitantes.

Canto chão.
Canto inútil.
Nos poços da tarde
o canto claro
sepulta o verão.

H.Dobal
tela  Vanildo Cardoso 

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