18/07/2012

PÁTRIA AMADA

 
 
 
Eu empurro,
você puxa.
Eu trago um gigante,
você chama a bruxa.
Eu vou de guindaste,
você, de elefante.
O país emperrou
e pra seguir adiante,
ou a gente faz força
ou o bruto empaca.
Tomba no gramado e sai de maca.
Veja se não confunde
nosso país no mapa-múndi.
Ele é belo e forte
(salve,salve),
o que não tem é sorte.
Há tanto tempo desgovernado,
ele procura o rumo.
Para cima do Sul
vem desabando o Norte.
Presumo que um dia consiga
encher a barriga,
educar o filho,
curar a doença.
Eu empurro,
você puxa
e, como recompensa,
o Brasil sai do berço e acha o trilho.



Flora Figueiredo
In O Trem que traz a noite

tela Marcos Damasceno

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