20/12/2012

***




Espalho pássaro azuis
sob as acácias da cidade.
 
São pássaros antigos que
me chegaram num fim de tarde
com trinados de ferreiro.
 
Estranhos pássaros.
Não se espantam, não se vão,
 
Suas penas são de puro azul
como o céu andaluz;
têm nas suas asas rastros de distâncias
e em seus olhos restos de frio.
 
Descubro suas entranhas
- ninhos de rosas
grãos de bronze.
 
Estranhos pássaros estes.
Não se vão.
Me espantam.
 
Ronaldo Machado
In Moradas de Orfeu

Nenhum comentário: