Nestes verões jaz o homem
sobre a terra.
E a dura terra
sob os pés lhe pesa. E na pele
curtida in vivo
arde-lhe o sol
destes outubros. Arde o ar
deste campo maior desta
lonjura
onde entanguidos bois pastam a poeira.
E se tem alma não lhe
arde o desespero
de ser dono de nada. Tão seco é o homem
nestes verões. E
tão curtida é a vida,
tão revertida ao pó nesta paisagem
neste campo de
cinza onde se plantam
em meio às obras-de-arte do DNOCS
o homem e os
outros bichos esquecidos.
H.Dobal
In O Tempo inconsequente
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