01/05/2011

"RÊVE D'AMOUR"























Há pouco eu ouvi num piano qualquer
os acordes suaves do "Rêver d'amour".
Não sei que mãos os dedilharam:
se brancas, se pretas,
se pobres ou ricas.
Foram porém os tons suaves do "Rêve d'amour"
que ouvi assim num soluço, num lamento,
como se tivesse impregnado nas próprias teclas
toda a dor de uma alma apaixonada.
E o piano gemia,
e o piano chorava,
como se escapasse daqueles dedos desconhecidos,
esparramados num piano qualquer,
a alma suave de Listz.
Sim, eu ouvi há pouco o "Rêve d'amour"
muito suave, muito triste, muito vago,
assim como todo sonho de amor...

Anilda Leão
In Chão de Pedras
tela de Adolphe William Bouguereau


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