22/02/2012

ANOITECER



A  Adelino Fontoura

Esbraseia o Ocidente na agonia
O Sol...Aves em bandos destacados,
Por céus de oiro e de púrpura raiados,
Fogem...Fecha-se a pálpebra do dia...

Delineiam-se, além, da serrania
Os vértices de chama aureolados,
E em tudo, em torno, esbatem derramados
Uns tons suaves de melancolia...

Um mundo de vapores no ar flutua...
Como uma informe nódoa, avulta e cresce
A sombra à proporção que a luz recua...

A natureza apática esmaece...
Pouco a pouco, entre as árvores, a lua
Surge trêmula, trêmula...Anoitece.

Raimundo Correia
In Raimundo Correia, Poesia
foto  Débora Lacroix    

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