Com dó maior, assisto
partir o grande pássaro.
Com alegria, vislumbro
um seu novo horizonte.
Com a enorme pena
dos humanos que não voam.
Com a imensa pena
dos que não o vêem,
escuto o vento roçar suas asas.
Com afoita clemência,
abrigo e misturo nossos olhos.
Com a enorme argúcia
dos que tanto sobrevoam;
Com a aurora e astúcia
dos que tanto despertam;
observo seu lento suave
planar sobre o vale.
Com dores e letras, desejo
partir soberano com o pássaro.
Com estranha mansidão,
grito e informo minhas penas:
Com a impávida altivez
e ousadia dos que suicidam
Com a tácita incerta alforria
dos que nos versos ressuscitam!
Ao fim e ao cabo de obscuras
esperanças, aprecio quando
El Condor Pasa e passeia
sua altivez - liberta e sagrada -
sobre os Andes Latinos!
*Jairo De Britto,
em "Dunas de Marfim"
foto Ivanuk
foto Ivanuk
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