18/03/2012

O SOBRADO



O sobrado vazio que me espera
tem paredes eternas como a chama
que da praça exterior se transverbera,
e no fundo das almas se derrama.

Mas saberei fazê-lo benfazejo
e de mãos estendidas para o mundo.
A seus painéis contidos de azulejo
andorinhas virão do céu profundo.

Terei meu coração neste sobrado,
nosso amor andará nesse arruado
e há de deitar-se em meio ao capim alto

que dorme nas barreiras de basalto,
e pelas praias, na meiguice quente
das águas, descansar perdidamente.

Odylo Costa Filho
In Notícias de Amor
tela Monet  

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