14/12/2012

OBSCURA PLENITUDE




Tu iluminaste a minha solitude
com a tua oblíqua luz vinda dos deuses.
Contigo eu dormi ­ só fetos de adeuses ­
a ouvir Chopin, obscura plenitude.

O Sol, porém ­ pai, poderoso raio ­
alumbrou nosso amor pecaminos
opunindo-me com o espelho mais doloso:
cristal, não me reflete, encarna. Olhai-o!

Miramos, depois, as estrelas da Ursa
simulacros da luz mais prometida  sem
Deus, naquela noite tão sentida.
Silêncio arcaico, que o Rionoite cursa.

Jaci, passeiam os deuses pelo Nada
deixando-nos sozinhos nessa estrada.


Vicente Cechelero
In A Língua das Sombras
tela José Royo

Nenhum comentário: