Tu 'alma lembra um mundo inaccessível
Onde só astros e águias vão pairando,
Onde se escuta, trágica, cantando,
A sinfonia da Amplidão terrível!
Alma nenhuma, que não for sensível,
Que asas não tenha para as ir vibrando,
Essa Região secreta desvendando,
Falece, morre, num pavor incrível!
É preciso ter asas e ter garras
Para atingir aos ruídos de fanfarras
Do mundo da tu'alma augusta e forte
É preciso subir ígneas montanhas
E emudecer, entre visões estranhas,
Num sentimento mais sutil que a Morte!
Cruz e Sousa
In Últimos Sonetos
tela Edward Brune Jones
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